Venus von Willendorf – Vênus de Willendorf

Hier hommer die berühmte Venus von Willendorf, wo en klen awer berühmte alte Froohfiguar iss, en klen Statue aus Sten gemacht. Sie iss üwer 25.000 Joahr alt unn woor in drüwe in Österreich, en Land wo Ost von Deitschland leht, gefund geb. Ma’ gloobt, sie zeicht Fruchtbarkeit orrer en weiblich Schönheits-Ideal von ganz früher.

A Vênus de Willendorf é uma famosíssima estatueta de mulher, uma obra bem antiga, feita de pedra. Ela tem mais de 25 mil anos e foi achada numa localidade da Áustria, país de língua alemã, localizado ao Leste da Alemanha. Muitos acham que ela representa a fertilidade ou o jeito como as pessoas achavam bonito o corpo da mulher naquela época.

Venus von Willendorf | Vênus de Willendorf Escultura paleolítica de cerca de 25.000 anos
Klen Stenfiguarche aus der Altsteinzeit, rund 25.000 Johre alt
Image credit/Bildquell/Créditoda imagem:
© Wikimedia Commons – Original file

201 Jahre / 201 Anos – Língua Alemã no Brasil

Hier schreibe ich bewusst nicht im Riograndenser Hunsrückisch, obwohl es genau diese Sprachvarietät ist, die historisch gesehen die groesste Verbreitung unter den Deutschsprachigen in Brasilien hatte – und oft sogar als lingua franca zwischen verschiedenen deutschen Dialekten diente, besonders im Bundesland Rio Grande do Sul. Dennoch gilt das, was hier steht, auch all den anderen deutschen Varietäten, die auf brasilianischem Boden lebendig geworden sind und bis heute Teil unserer sprachlich-kulturellen Landschaft sind.

Heute feiern wir nicht nur ein Stück Geschichte – wir feiern eine Sprache, die brasilianisch geworden ist.

Viele nennen sie “Einwanderersprache”. Aber nach 201 Jahren, nach so vielen Generationen, nach so vielen Veraenderungen, ist sie mehr als das.

Deutsch hat sich hier veraendert. Es lebt in unseren Dörfern, in Liedern, im Dialekt, in Gesprächen mit Oma und Opa – und in vielen Herzen.

Unsere Sprache hat eigene Wörter, die es in Deutschland oft gar nicht gibt (ganz zu schweigen von vielen besonderen Redewendungen, die wir ein andermal vorstellen können). Hier sind nur einige Beispiele – in Wahrheit gibt es unzählige mehr, von Begriffen für Tiere und Pflanzen bis hin zu traditionellem Wissen, alten Werkzeugen und sogar modernen Dingen.

Für porquinho-da-índia sagen wir Sandhoos oder Sandhaas (wörtlich: “Sand+Hase”), Meerschweinchen auf Hochdeutsch. Saracura nennen wir Wasserhinkel – wörtlich: “Wasser-Hühnchen”. Pipoca wurde zu Puffmilje, also “aufspringender Mais” (unter uns: “Mais” sind “Mäuse”). In Deutschland hört man fast nur noch das englische Wort Popcorn – ein Begriff, den die zwei bis drei Millionen Muttersprachlerinnen und Muttersprachler des Deutschen in Brasilien meist gar nicht kennen.

Marcela (oder Macela), eine Heilpflanze, die nur im Süden Brasiliens, im Norden Argentiniens, in Paraguay und in Teilen Boliviens vorkommt, wird in der Karfreitagsnacht im Morgengrauen gepflückt, wie es der Brauch im Süden verlangt. Bei uns hat sie einen ganz eigenen Namen: Karfreitachstee. Im Hochdeutschen wäre es Karfreitagstee – aber dieses Wort gibt es dort nicht! Karfreitachstee ist eine Eigenkreation unserer Sprachgemeinschaft, ein Beispiel für die organische Entwicklung unserer Sprache. Eine sprachliche Kostbarkeit – und eine von vielen, die das kulturelle Mosaik Brasiliens bereichern.

Und das Flugzeug? Seit seiner Erfindung nennen wir es Luftschiff – wörtlich: “Luft-Schiff”. Aber der hochdeutsche Begriff Flugzeug wird durch die stärkere Verbindung mit dem Standarddeutschen – begünstigt durch moderne Informationstechnologien – immer geläufiger. Unsere Sprache war immer lebendig, hat sich stets erneuert, und sie wandelt sich auch heute weiter.

Am 25. Juli 1824 kamen die ersten deutschen Siedler im Süden Brasiliens an. Viele mit wenig Gepäck – aber mit einer Sprache, die bis heute weiterlebt. Damals brachte man das Deutsche mit. Heute ist es Teil von uns. Es hat hier einen neuen Klang, neue Wörter, ein neues Leben bekommen.

Unsere Sprache wurde nicht in Schulen gelernt. Sie wurde zuhause gesprochen. In Küchen, auf Höfen, in Gesprächen am Abend. So wurde sie weitergegeben – von Generation zu Generation. Und sie lebt weiter, wenn wir sie sprechen.

201 Jahre – das ist nicht das Ende, sondern ein Anfang. Unsere Sprache verdient Anerkennung, Raum – und Zukunft. Ob im Radio, in der Schule, im Alltag oder online: Wenn wir sie sprechen, hören und schreiben, dann lebt sie weiter.

Viele dachten, die Sprache würde verschwinden. Aber sie hat überlebt – trotz Verboten, Spott und Schweigen. Heute ehren wir alle, die sie bewahrt haben. Und wir machen weiter – weil Sprache nicht nur gesprochen wird, sondern auch geliebt.

Was hier als “Deutsch” lebt, ist oft kein Schuldeutsch. Es ist Dialekt. Es ist Alltagssprache. Es ist kreativ, eigenwillig, echt. Diese Vielfalt ist kein Fehler – sie ist Reichtum. Unser Deutsch ist nicht weniger wert, nur weil es anders klingt.

Heute schreiben wir über das Riograndenser Hunsrückisch – die erste deutsche Sprachvarietät in Brasilien mit den meisten Sprechern. Aber wir meinen auch all die anderen Sprachen, für die Hunsrückisch im Alltag oft wie eine gemeinsame Sprache war. Schwäbisch, Platt, Pommersch, Fränkisch – alle haben ihren Platz. Sie alle sind Teil dieser Geschichte.

Wir feiern 201 Jahre deutsche Sprache in Brasilien. Und wir schauen nach vorn.
DREIMOL HOCH FÜR UNSER MODDERSPROCH!!!


201 anos da língua alemã no Brasil

Hoje, propositalmente, não escrevo em hunsriqueano riograndense, no Riograndenser Hunsrückisch (também chamado simplesmente de Deitsch, Koloniedeitsch, etc.) – mesmo sendo essa a variedade do alemão com o maior número de falantes no Brasil, tanto hoje quanto historicamente. Inclusive, ela já serviu como língua franca entre os muitos dialetos germânicos trazidos por diferentes levas de imigrantes. Ainda assim, tudo o que está dito aqui também se refere às demais variantes do alemão que criaram raízes e se transformaram em solo brasileiro.

Hoje não celebramos apenas um capítulo da história – celebramos uma língua que se tornou brasileira.

Muitos ainda a chamam de “língua de imigração”. Mas depois de 201 anos, depois de tantas gerações e tantas transformações, ela já é muito mais do que isso.

O alemão se transformou aqui. Ele vive em nossos vilarejos, nas músicas, nos dialetos, nas conversas com os avós – e no coração de muita gente.

A nossa fala tem palavras próprias, que muitas vezes nem existem na Alemanha (além de expressões sui generis, as quais podem ficar para serem abordadas noutra ocasião). Pois bem: aqui temos alguns exemplos, mas existem muitíssimos mais – cobrindo fauna, flora, saberes populares, tecnologias antigas bem como modernas.

Para porquinho-da-índia, dizemos Sandhoos (“coelho-d’areia”). Saracura chamamos de Wasserhinkel – que significa literalmente “galinha d’água”. Pipoca virou Puffmilje, ou seja, “milho que estoura” – aliás, na Alemanha quase só se usa o termo inglês Popcorn, uma palavra praticamente desconhecida entre os dois a três milhões de brasileiros e brasileiras que cresceram falando alemão como língua materna. Ainda: na Alemanha não se conhece o termo “Milje”, nossa forma germanizada do termo tupí, aportuguesado, “milho”. Lá se diz “Mais”, no na nossa fala germânica soa como “ratinho” ou “camundongo” (é que o nosso termo coletivo “Mais” no alemão padrão é “Mäuse” (pronunciado mais ou menos como /mói-ze/).

Marcela (ou macela), erva medicinal tradicional que só dá no sul do Brasil, norte da Argentina, Paraguai e parte da Bolívia, é colhida ainda de madrugada na Sexta-Feira Santa, como manda o costume no Sul do Brasil. Mas entre nós ela tem outro nome: Karfreitachstee (no alemão padrão seria Karfreitagstee, mas não existe!). Essa palavra é só nossa – ela surgiu naturalmente aqui e só foi usada historicamente entre falantes da nossa língua. É uma joia linguística, e uma entre muitas que formam o rico mosaico cultural do Brasil.

E o avião? Para nós, avião desde o surgimento desse avanço tecnológico é Luftschiff – literalmente, “navio do ar”. Mas o termo Flugzeug, do alemão padrão formal, já está ganhando chão entre nós, graças à aproximação crescente com o alemão padrão, agora facilitada pela tecnologia da informação. E assim, a nossa língua – que sempre foi viva, sempre se reinventou – continua até hoje em transformação.

Em 25 de julho de 1824 chegaram os primeiros colonos alemães ao sul do Brasil. Muitos trouxeram pouca bagagem – mas trouxeram uma língua que vive até hoje. Naquela época o alemão foi trazido da Europa. Hoje ele é parte de nós. Ganhou sons novos, palavras novas, uma vida nova.

Essa língua não foi aprendida em escolas. Foi passada em casa. Nas cozinhas, nas roças, nas conversas de fim de tarde. Assim ela foi transmitida – de geração em geração. E ela continua viva toda vez que a usamos.

201 anos não são um fim, mas um começo. Nossa língua merece reconhecimento, espaço – e futuro. No rádio, na escola, no dia a dia ou na internet: sempre que a falamos, ouvimos ou escrevemos, ela continua existindo.

Muita gente achou que a língua ia desaparecer. Mas ela sobreviveu – apesar das proibições, do preconceito, do silêncio. Hoje homenageamos todas as pessoas que a preservaram. E seguimos adiante – porque língua não é só falada, é também amada.

O “alemão” que vive aqui muitas vezes não é o alemão escolar. É dialeto. É a língua da vida diária. É criativo, espontâneo, autêntico. Essa diversidade não é um erro – é uma riqueza. O nosso alemão não vale menos por ser diferente.

Hoje falamos do Riograndenser Hunsrückisch, do hunsriqueano riograndense – a primeira variedade da língua alemã no Brasil e também a mais falada (mas tem outras sim, por exemplo na Costa Atlântica de Santa Catarina, no Espírito Santo (já a variedade do Hunsrückisch que era falada no estado do Rio de Janeiro, no município de Petrópolis, não resistiu às políticas públicas arbitrárias e desumanas de Getúlio Vargas, infelizmente). Mas falamos também de todas as outras: o sapato-de-pau o suábio/Schwäbisch, o Platt/Niederdeutsch, o pomerano/Pommersch, os dialetos francônios e mais outros – para muitos deles, o Riograndenser Hunsrückisch virou uma língua ponte no dia a dia. Todos eles fazem parte dessa história.

Celebramos 201 anos da língua alemã no Brasil. E olhamos para o futuro.
TRÊS VIVAS PARA A NOSSA LÍNGUA MATERNA!!!

Mein Mexikoonische
Rot Soss

Das dohier iss mein mexikoonische rot Soss von gester Oment, wo ich hie Derheem in meine Küch sellebst gemacht honn.

((Esta es mi salsita roja al estilo mexicano))

Earst honn ich Roma-Tomate, frische Jalapeño-Peffer, Knuwlochzeh unn süsse Zwiewle gerösdt. Dann honn ich getrocknete Chilis in woorem Wasser ingeweicht – voar allem honn ich von der Guajillo sort benutzt, awer ooch en poor Stück von der Negro, der Pasilla unn der Cascabel (Kuriosität für uns Deitschbräsiljooner: in Mexiko hot jeder frische Chili-Peffer sort sein eichne Noome, awer dann wenn getrocknedt, noh Tradition, kriehn se en gaz anner Noome.)

Alswie Geweerze honn ich Kreizkümmel, Speis-Nelke, schwarze Peffer, Koriander unn Paprika geholl – unn zusätzlich en klen bisschje Fenchelsome, Ingwerpulver unn Selleriesome. Alles noch koorz in en heiss Pann geschmiss, bis all die Arome dann richtich schön rauskomm sinn.

Zum Schluss honn ich alles mit en bisschje von dem Chili-Wasser in der Cuisinart Mixer rengetun unn alles gut püriert.

Ooch ohne Sieb woor die Soss dick, seidich, leicht süss, unn jawohl mit en Hauch von Schokolood – ai ai ai unn die hot mear der richtiche scharfe Zack im Mund ‘geb, ei sear sear intensiv, doch es hot dann net lang gebrennt.

Hot perfekt zu mein gebrodte Hinkelfleisch unn grün Goortesaloot oongepasst, muss ich soohn.

Halt eich lieb, gesund unn munter!!!

— Paul Beppler

Guajillo Chilischote

A Origem do Povo Alemão: Como Surgiu o Povo que Conhecemos Hoje

📺 Video: “Die Deutschen. Wie entstanden sie?”
https://www.youtube.com/watch?v=cIKZRjPT-K0


🇩🇪 Deutsch (einfach erklärt)

Dieses Video erklärt auf verständliche Weise, wie sich das deutsche Volk im Laufe der Geschichte entwickelt hat – kulturell, sprachlich und genetisch. Es zeigt, dass es keine „rein deutschen“ Wurzeln gibt, sondern eine Mischung aus vielen Einflüssen.

1. Werte & Eigenheiten
Deutsche gelten oft als fleißig, pünktlich und ordentlich. Sie schätzen Sicherheit sehr – das zeigt sich im starken Wunsch nach „Geborgenheit“. Freiheit ist auch wichtig, aber weniger zentral als etwa in England oder den USA.

2. Sprache & Namen
Das Wort „Deutsch“ kommt vom alten Begriff diutisc, was „Volkssprache“ heißt – also die Sprache der Menschen, nicht Latein. Andere Länder nennen Deutschland unterschiedlich: z. B. „Germany“ (engl.), „Allemagne“ (frz.), „Niemcy“ (poln.). Diese Namen zeigen, wie Fremde das Land erlebt haben.

3. Genetische Herkunft
Die Deutschen stammen von verschiedenen Völkern ab: Jäger und Sammler, anatolische Bauern, Reitervölker aus der Steppe. Studien zeigen: deutsche Männer haben oft „nicht-germanische“ Herkunft, Frauen dagegen häufiger germanische Linien. Auch keltische, slawische und jüdische Spuren sind sichtbar.

4. Regionen & Vielfalt
Früher gab es keine einheitlichen Deutschen, sondern viele kleine Völker und Dialekte (z. B. Bayern, Sachsen, Schwaben). Die Idee einer „deutschen Nation“ entstand erst im 18.–19. Jahrhundert.

5. Der erste deutsche Staat
Ein wichtiges Ereignis war 841 die Schlacht von Fontenoy. Danach wurde das Ostfränkische Reich der Ursprung von dem, was später Deutschland wurde. Die Menschen fühlten sich nicht plötzlich als „Deutsche“ – sie wuchsen in das nationale Dasein hinein.


🇧🇷 Português (Brasil)

Este vídeo explica como o povo alemão se formou, misturando aspectos culturais, linguísticos e genéticos. Ele mostra que os “alemães” não surgiram de um único povo, mas de muitas origens diferentes.

1. Valores e características
Os alemães são vistos como trabalhadores, organizados e pontuais. Valorizam muito a segurança, mais até do que a liberdade pessoal — que é um valor central para ingleses e americanos.

2. Nome e idioma
A palavra “alemão” vem do termo antigo diutisc, que significava “língua do povo” (em oposição ao latim). Cada país chama a Alemanha de um jeito: “Germany”, “Allemagne”, “Niemcy”. Esses nomes mostram como os vizinhos viam os povos germânicos.

3. Origem genética
Os alemães são descendentes de caçadores-coletores, agricultores da Anatólia e povos das estepes. Os estudos genéticos mostram que muitos homens alemães têm origem não-germânica. Já as mulheres, mais frequentemente, mostram traços germânicos. Também há genes celtas, eslavos e judeus.

4. Diversidade regional
Antes não existia “um povo alemão”. Existiam vários grupos com dialetos diferentes — como bávaros, saxões, suábios. A ideia de uma identidade alemã apareceu só nos séculos XVIII e XIX.

5. Primeiro Estado alemão
Em 841, a Batalha de Fontenoy dividiu o império de Carlos Magno. A parte oriental virou base do futuro “Reino Alemão”. A união foi mais política do que étnica.


🇦🇷🇵🇾 Español (Argentina / Paraguay)

Este video explica de forma clara cómo se formó el pueblo alemán, mezclando historia, idioma y genética. Muestra que no hay una “raza alemana pura”, sino muchas raíces distintas.

1. Valores y costumbres
Se dice que los alemanes son trabajadores, puntuales y ordenados. Su valor principal no es la libertad individual (como en EEUU o Inglaterra), sino la seguridad, o sea sentirse protegidos.

2. Idioma y nombres
La palabra “alemán” viene del antiguo diutisc, que significaba “lengua del pueblo” (no en latín). Cada país tiene su nombre: “Germany”, “Allemagne”, “Niemcy”. Eso muestra cómo otras culturas veían a los germanos.

3. Origen genético
Los alemanes actuales vienen de cazadores y recolectores, agricultores de Anatolia y jinetes de las estepas. Los hombres muestran menos herencia germánica directa que las mujeres. También hay orígenes celtas, eslavos y judíos.

4. Regiones e identidad
Durante siglos no existía Alemania, sino muchos pueblos distintos (bávaros, sajones, suabos). La identidad nacional apareció recién en los siglos XVIII y XIX.

5. Primer Estado alemán
Una batalla en 841 (Fontenoy) fue clave: de ahí nació el reino oriental que luego se convirtió en Alemania. La unión fue histórica, no biológica.


📌 Fonte original: Vídeo “Die Deutschen. Wie entstanden sie?”
🔗 https://www.youtube.com/watch?v=cIKZRjPT-K0

Inkeahr

1
Bei enem Weert, wunnermild,

do woor’ich jüngst zu Gast;

En goldner Äppel woor sein Schild

An enem langer Nascht.


2
Es woor der gute Äppelboom, 

Bei deim ich ingekeahrt;

Mit süsser Kost unn frischem Schoom 

Hot ear mich wohl genäehrt.


3
Es kame in sein grünes Haus

Viel leicht-beschwingte Gäste;
Sie sprunge frei unn hielt Schmaus

Unn sprunge uff das Beste.


4
Ich fand en Bett zu süsser Ruh

Uff weiche, grüner Matte;
Sellebst deckt’ der Wirt mich zu
Mit seinem kühler Schatte.


5

Jetz fräch’ ich noh der Schuldichkeht,

Do schüttelt’s ear der Wippel.

Gesechnet sei ear allezeit

Von der Woorzel bis zum Gippel!

Ludwig Uhland, 1787 – 1862

Hier en Üwersetzung ins
Riograndenser Hunsrückisch

von Paul Beppler
8. Juli 2025

Orischinool-Text:

1
Bei einem Wirte, wundermild,
Da war ich jüngst zu Gaste;
Ein goldner Apfel war sein Schild
An einem langen Aste.

2
Es war der gute Apfelbaum,
Bei dem ich eingekehret;
Mit süßer Kost und frischem Schaum
Hat er mich wohl genähret.

3
Es kamen in sein grünes Haus
Viel leichtbeschwingte Gäste;
Sie sprangen frei und hielten Schmaus
Und sangen auf das Beste.

4
Ich fand ein Bett zu süßer Ruh
Auf weichen, grünen Matten;
Der Wirt, er deckte selbst mich zu
Mit seinem kühlen Schatten.

5
Nun fragt’ ich nach der Schuldigkeit,
Da schüttelt’ er den Wipfel.
Gesegnet sei er allezeit
Von der Wurzel bis zum Gipfel!

Achtung | Atenção

🔁 Atualização: O botão do website Pocket foi removido deste blog, já que o serviço foi encerrado em julho de 2025. Mas você ainda pode compartilhar os nossos posts facilmente pelo Facebook, WhatsApp ou por e-mail — é só usar os ícones aqui embaixo!

🔁 Nohricht: Der Pocket-Knopp is von hiedem Blog rausgenoomm, weil dem sein Webseit iss jo im Juli 2025 zugemacht geb. Awer du kannscht die Artikel dohie immer noch leicht weiter vertehle … üwer Facebook, WhatsApp orrer sogoor mit E-Mail. Klick enfach druff uff die Knöppcher do unne!

Língua e Identidade

As gerações passam mas a língua fica, apesar de tudo…

Ruy Carlos Ostermann e o Silêncio Sobre as Línguas de Casa

Morreu ontem o jornalista Ruy Carlos Ostermann. A notícia circulou com força nas redes sociais. Claro, era de se esperar, pois parte alguém que marcou gerações. Muita gente comentou sua elegância no uso da língua portuguesa, sua lucidez, seu papel como cronista esportivo e pensador da comunicação. Justo. Mas há um detalhe em sua biografia que praticamente ninguém menciona, e que no Rio Grande do Sul virou norma se esquecer: qual foi a língua materna dele?

Ruy nasceu em São Leopoldo em 1931, filho de uma região em que o alemão, em diversas variantes, algo inerente nessa língua… era falado dentro de casa, na rua, na igreja e no comércio. Tudo indica que ele tenha crescido ouvindo, talvez falando, o Riogrand Hunsrückisch Platt, como tantas crianças de sua geração. E mesmo que a vida profissional dele tenha sido toda em português, essa outra língua também faz parte da sua história. Mas ninguém diz nada.

Isso acontece o tempo todo. Seja numa entrevista com um agricultor com evidente sotaque germânico, seja na biografia de uma figura pública que cresceu em comunidade bilíngue. É como se essas línguas simplesmente não existissem. Elas estão vivas no cotidiano de milhares de rio-grandenses, mas são tratadas quase como segredo de família, um assunto a ser evitado, como coisa sem nome. Outro porém: quem controla o microfone geralmente não tem preparação nenhuma para lidar com esse assunto (já vem de currículo?!). Só que isso não é nada normal.

Em democracias mais abertas à sua diversidade, a situação é bem diferente. Por exemplo, o caso do mais e das diversas línguas autóctones na Guatemala, a língua basca no País Basco (Espanha), o guarani no Paraguai… Mesmo em lugares como o estado de Washington, no Noroeste dos Estados Unidos, línguas minoritárias com presença bem mais recente do que as nossas, não são invisibilizadas, ao contrário. Por exemplo o castelhano só veio a aparecer no mapa, assim por dizer, nos últimaos trinta anos neste estado, mas ele já aparece em placas, postagens nas mídias sociais (por instituições governamentais, de ensino, sem fins lucrativos, privadas, etc.), em entrevistas, shows em clubes, homenagens. São amplos os sinais de reconhecimento da realidade social, dos convites ao pertencimento.

Uma forma gentil de mudar esse quadro seria simplesmente mencionar a língua de casa das pessoas quando se fala delas, não como se ela fosse uma língua estrangeira mas uma língua íntegra de sua comunidade, de sua zona agrícola, de sua cidade natal, de sua região. Não como curiosidade exótica constantemente vista como prestes a desaparecer, mas como parte da identidade de indivíduos, famílias, comunidades, tudo parte da formação histórica da sociedade atual.

Aliás, isso não vale só para o nosso hunsriqueano riograndense (ou Riograndenser Hunsrückisch, entre outros nomes, no próprio), mas também para o talian, para o kaingang, pomerano, polonês, para o guarani e outras línguas sul-brasileiras que há gerações insistem em viver, apesar do silêncio ao redor.

Se queremos uma sociedade mais justa, mais plural, precisamos começar por dar nome ao que existe. E as nossas línguas existem.