Precisamos de mais literatura no alemão-riograndense – urgente!
Dá sim, é só querer, olha aqui:

R.I.P. Terry Pratchett!

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“Der Himmel hot ‘was grausames gerehnt. Das hot so en Ooht/Art Rehn gerehnt, wo so viel nasser ist wie meh gewöhnlicher Rehn, das wooh die Ooht von Rehn wo runner komme tut mit ganz dicke Troppe und Geplätsch, die Ooht von Rehn wo meh wie ‘n ganz uffrecht-stehndes Mear wooh, bloss mit Schlitze drin in sich.
Es hot en Tattoo on die alde Hamburger-Schachtel und Packpapiere im Droht-Korreb – wo dem Masklin provisorisch en Platz für sich versteckle geb harre -, ganz rein und klooh druff ausgemoohlt. Tue ‘n moh norre onngucke. Plitsch nass. Verkältd. Versorricht. Und nuar en pooh Zentimeter gross.”
Truckers, Kapitel eins

‘The sky rained dismal. It rained humdrum. It rained the kind of rain that is so much wetter than normal rain, the kind of rain that comes down in big drops and splats, the kind of rain that is merely an upright sea with slots in it.
It rained a tattoo on the old hamburger boxes and chip papers in the wire basket that was giving Masklin a temporary hiding place. Look at him. Wet. Cold. Extremely worried. And four inches high.’
Truckers, chapter one.

Die Nome-Triloschie (uff Hochdeitsch: Die Nomen-Trilogie; und im Orischinool-Tex, uff Englisch: “The Nome Trilogy”).

Paul Beppler / Administratoar
Riograndenser Hunsrückisch Dialekt-Gemeinde im Facebook
12. März 2015
Seattle, WA – USA.

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Você precisa saber sobre o nosso alemão-riograndense …

Mit unsrem riograndenser Deitsch-Dialekt gebt es etwas wo ich eich dohie jetzt mo auslehn möcht, und nämlich es hot zu tun mit Wörter wo die Ennung “-keit” honn: earschtes, das sind Wörter wo der bestimmter Artikel “die” kriehn, wie zum Beispiel “die Schloflosichkeit” … Und hier weerd es ooch enschlisslich intressant fa se merke das das mannichmo, ich meene das der Suffix “-keit” oftmo so ausgesproch weerd: “-keht” – orra das könnt ma jo aach so buchstabehre: “-ket” … und waroom denn? ei weil, wie gewusst, es doch ken feste Riograndenser Hunsrückische Grammatik gibt. Naja, genau dodrum tun ich schon seit lang soohn das mea en Riograndenser Hunsrückische Sproch-Akademie brauche so das ma unser Sproch wieder uffbaue kann, so das man net ewichlich in total flüssichkeit bleiwe tut awer das ma Richtlinie und en Standard honn kann womit ma schriftlich weiter in Verbinnung mit dem grössre Kerwer von der deitsche Sproch bleiwe kann.

Atenção iniciantes: hoje = heit no dialeto (heute no alemão-padrão, pronunciado ‘hói-te’), sendo que tem gente que prefere grafar heit assim: háit misturando ambos os sistemas de escrita das línguas alemã e portuguesa … um dos principais problemas de uma escrita nesses moldes é que ela isola nossos brasileiros e brasileiras teutófonos (que tem a nossa língua alemã regional sul-americana como língua materna, havendo muitos/as que de fato tem sim duas línguas maternas) do corpo da língua alemã. Francamente, bancar nessa perspectiva será provado com o tempo ser um desperdício de esfórços … é fundamentalmente importante levar em conta a grande revolução nos meios de comunicação da qual fazemos parte … ela simplesmente muda tudo – as pessoas teutófonas de nossa parte do mundo estarão mais e mais aproximando-se dos grandes geradores de conteúdo em língua alemã-standard, seja assistindo vídeos no YouTube, seja escutando programação gerada por estações de rádio como a Deutschlandfunk via TuneIn, seja acessando websites de emissoras de televisão não só da Alemanha mas também da Áustria, Suíça, e países adjacentes onde a língua alemã está presente. Longe de embriagar-se em sentimentos de vitimismo é inquestionável que seja discutido o papel do Estado do Brasil por suas políticas oficiais de linguicídio … quando o correto e justo e humanista teria sido promover o bilinguísmo o Estado arbitráriamente privilegiou somente a língua nacional … há de ficar claro portanto que o maior problema linguístico de nossos/as milhares de falantes de alemão no Brasil é o triste estado de agrafia pelo qual o Estado Brasileiro é responsável. Dadas estas condições a alfabetização coletiva deverá centrar-se não no ensino do alemão-padrão em si mas sim que ele seja utilizado afim de se possa escrever no dialeto. Vou me permitir a ser bem específico para ilustrar esse quadro direito: Eu conheço várias pessoas que são fluentes no português e falam nossa língua nacional sem sotaque alemão MAS SUA LÍNGUA MATERNA É INDISCUTIVELMENTE O RIOGRANDENSER HUNSRÜCKISCH. Se você pedir para elas escreverem uma palavra que contenha o prevalente “ch” do alemão como “eu”, que deveria ser “ich” elas irão grafar “ih” (não raro as pessoas se recusam a escrever qualquer coisa, nunca pararam em suas vidas para pensar sua língua materna concretizada em papel ou na tela de um computador) – ora minha gente, meine liewe Leit, isso é uma manifestão de analfabetismo crônico … veja bem, estamos falando na verdade de uma significante porção da população riograndense, quiçás por volta de vinte porcento. Aí você lhes pergunta qual é o dialeto que falam em sua comunidade, elas não sabem; mas logo se apuram a reproduzir os clássicos prejuízos anti línguas minoritária prevalentes em nosso país. Recentemente foi celebrado mundo afora o Dia Internacional da Língua Materna – aí vos pergunto, o que fez a prefeitura de seu município que é bilíngue desde tempos pioneiros? e que fez o governo do estado do Rio Grande do Sul? quão ampla e abrangente foi a cobertura mediática dado o fato que o nosso alemão-riograndense sim tem seu código específico que o identifica como uma das línguas do mundo, sendo que apesar dos/das milhares de falantes é um idioma marcado como uma das línguas do mundo em perigo de extinção? Logo estaremos comemorando duzentos anos de um belo e orgânico histórico da língua alemã-riograndense – Unser Sproch weerd gleich ehrer FRÜHJOAH erlebe, do driwwer sin ich ganz üwerzeicht!

Paul Beppler
Administratoar von der Riograndenser Hunsrückische Dialekt-Gemeinde im Facebook