Was bleibt iss die Mottersproch

En verstecktes Erwe: Deitschbräsiljoonische Kultuar im Süd von Bräsilje

Im Süd von Bräsilje – in Bundesstoote wie Rio Grande do Sul unn Santa Catarina – sieht ma’ viele “typische” Feste, Musikantegruppe unn Häiser im “deitsche Stil”. Tourismusbüros soohn: “En Stück Deutschland in Bräsilje“, orrer “Die deitschste Stadt im Land”. Awer was bedeidt das weerklich?

Am 25. Juli feire viele Städte die Festa do Colono e Motorista (Hochdeitsch: Fest des Bauern und [Lastwagen]Fahrers). Der Noome klingt neutral. Awer genau om 25. Juli 1824 sinn jo die erste deitsch Sprochicher Inwannrer in São Leopoldo (RS) oon’komm. Zufall? Nein! Die Verbinnung zu der deitsche Geschicht iss kloor – awer gut versteckt.

Während, ei in der Zeit von der Diktatuar unner Getúlio Vargas (1937–1945) woor Deitsch in Schule verbot. Zeitunge unn Kultuarvereine worre geschloss. Um se üwerlewe, versteckte sich die Kultuar hinner “allgemeine” Noome: Musik iss dann “Bandinha” ‘geb, das Fest woor “típica” orrer “colonial” genännt ‘geb.

Heit sieht ma’ en “Comeback” von der deitsche Kultuar – awer oft nuar für Touriste. Musik, Bier, Kleidung, Bilder – awer keh Sproch, ken echt Geschicht. En echtes Erwe braucht meahr: Sproch, Schulbildung, lokal Identität.

Die reschionoole Variante wie das Riograndenser Hunsrückisch orrer Pomeroonisch sinn net “verkeahrt” orrer “falsch”. Sie sinn authentisch bräsiljoonisch-deitsch. Sie könnte jo Brücke zu der Standardsproch (Hochdeutsch) orrer sogoor zum Englische riewer schloohn.

Nuar mit Sproch weerd die Kultuar wieder lewendich – net nuar en Kostüm für das Oktoberfest.


Um legado disfarçado: a cultura brasileira de raíz germânica do sul do Brasil

No sul do Brasil – em estados como Rio Grande do Sul e Santa Catarina – é comum ver festas “típicas”, casas no “estilo alemão” e bandas que tocam polcas e schottisch. As campanhas turísticas chamam de “um pedaço da Alemanha no Brasil”, ou “a cidade mais alemã do país”. Mas o que isso realmente quer dizer?

No dia 25 de julho, muitas cidades comemoram a Festa do Colono e Motorista [camioneiro]. O nome é neutro, mas a data é simbólica: foi nesse dia, em 1824, que chegaram os primeiros imigrantes alemães ao Brasil, em São Leopoldo (RS). Coincidência? Não! É um vínculo com a memória germânica, mas de forma discreta.

Durante o Estado Novo de Getúlio Vargas (1937–1945), a cultura brasileira de base germânica, alemã, foi duramente reprimida: o idioma foi proibido nas escolas, jornais em alemão foram fechados, associações dissolvidas, livros recolhidos e queimados em público. Para sobreviver, a cultura se escondeu atrás de nomes genéricos: a música alemã virou música de “bandinha”, a festa alemã ficou genericamente “colonial”.

Hoje, vemos um retorno da cultura alemã – mas muito voltado ao turismo. Arquitetura, cerveja, roupas típicas. Mas quase nada da língua raíz, pouca história real dos tempos pioneiros. É um folclore pasteurizado, que serve mais ao mercado do que à memória coletiva.

O verdadeiro resgate exige mais: valorização das variantes regionais do alemão brasileiro, como o hunsriqueano e o pomerano. Essas línguas não são “erradas”. São patrimônio cultural vivo e podem abrir portas para o alemão padrão, para o inglês, para o mundo.

Sem a língua, a cultura vira cenário. Com a língua, ela ganha corpo verdadeiro e autêntico, base social sólida história e um futuro mais promissor.

Leave a Reply

Your email address will not be published. Required fields are marked *