DIE PFALZ, PFÄLZISCH UND
“DE KLÄNE PRINZ” …

Existe toda uma tradição de se produzir literatura regional em dialetos na Europa de língua alemã … e nesta mesma linha também de se criar versões dialetais de obras universalmente traduzidas e celebradas. No caso de nosso dialeto alemão riograndense, no Riograndenser Hunsrückisch já possuimos alguns escritos nesse sentido; mas sim estamos começando a desenvolver uma produção literária e um leitorado correspondente com um tremendo potencial.

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“O Palatinado” é a região chamada “die Pfalz” em alemão; e lá se falam dialetos que em conjunto ganham o nome de Pfälzisch, aliás mui parecido com o nosso Riograndenser Hunsrückisch – sendo que este, vendo pelo seu nome, revela ligação à região montanhosa (montes pré-alpinos), die Mittelgebirge, do Hunsrück – onde se falam dialetos diversos, dependendo do povoado, da cidadezinha … só que lá o dialeto “Hunsrücker Platt” é uma identificação dialetal que muitas vezes recede para descrições de dialeto mais reconhecíveis, que são Moselfränkisch e Rheinfränkisch (ambos Rhein/Reno e Mosel/Mosela são referências a rios da região) mas Fränkisch no caso em português frâncico (ou francônio como Fränkisch muitas vezes é traduzido, corretamente ou não, no caso nem importa). O nosso dialeto Riograndenser Hunsrückisch divide com outras variantes dialetais da mesma sepa em vários detalhes, um deles é a inexitência autóctone dos sons/da escrita “pf” – então, por exemplo, no noroeste do Rio Grande do Sul, bem como na zona da Altkolonie, a gente diz: as ameixa = die Flaume; não como no alemão-padrão: die Pflaume. Portanto, no próprio dialeto Pfälzisch as pessoas falantes dessa variedade do alemão chamam-no de Pälzisch. Nas últimas décadas o alemão-padrão teve uma fortíssima nos dialetos, sendo que falantes dos regionalismos muitas vezes nem estão conscientes de que aquele erre gutural tão famoso do alemão padrão não fazia parte de sua língua materna até quarenta ou cinquenta anos atrás. Mas falando em mudanças, a idéia de que o alemão falado no Brasil parou no tempo é, vamos dizer, inconsistente com os fatos pois o Riograndenser Hunsrückisch em sí é único, ele nunca existiu na Alemanha, nem duzentos anos atrás, nem cem anos atrás, muito menos hoje. Quer dizer ele é o resultado de mundanças e ajustes constantes … tanto que, mesmo com parcos textos produzidos em Riograndenser Hunsrückisch no decorrer de sua história já é possível identificar um Riograndenser Hunsrück antigo e um moderno.

Seattle, Washington – Vereinichte Stoote
am 7. März 2014
Facebook: Paul Beppler
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